Se
não tívessemos o livre arbítrio, talvez seria mais fácil sermos
felizes. Ter domínio sobre nossos pensamentos, sentimentos e atos
pode nos levar a escolhas erradas. Quase sempre somos prejudicados
por elas, pois são elas as mais fáceis, as mais práticas.
Temos
o livre arbítrio de escolher entre o bem e o mal. Este nos é
apresentado como algo atraente; aquele, como algo maçante, algo
difícil de se conseguir. O bem exige de todos paciência, trabalho
penoso e perserverança. Embora saibamos que escolhas erradas nos
levarão a grande arrependimento, não as suprimimos de nossa vida. O
tempo presente nos deixa cegos e importa para nós o falso bem-estar
passageiro. Normal adiarmos tarefas cansativas e nos submetermos à
ociosidade, deixando de cumprir nossas obrigações. A inconsequência
nos parece inata. Mas isso é uma ilusão muito distorcida dos nossos
sentimentos. Já nos dizia uma canção do grupo Legião Urbana:
“Disciplina é liberdade...” Infelizmente, abusamos de nosso
poder de arbitrariedade e nos deixamos envolver pela indisciplina
cotidiana.
Todo
livre arbítrio inconsequente resulta de nosso egoísmo, de nossa
indiferença em relação ao próximo. No entanto, quando começamos
a pensar nas pessoas ao nosso redor, na labuta de cada um e
permitimos que o amor nos conduza a algum lugar, nossa existência
toma uma outra direção, que nos faz tomar decisões certas e,
assim, as nossas escolhas já não são guiadas pelo livre arbítrio,
mas pelo amor que nunca erra nem nos deixa errar. Se houve erro, não
era amor.
(Luciene
Lima Prado)